Todo o "drama" em volta do time misto, acende um tema pra lá de comum no futebol
- Igor Schulenburg

- Sep 22
- 2 min read

O empate em 1 a 1 do Flamengo com o Vasco no último domingo voltou a colocar em debate uma prática já antiga no futebol: usar equipe mista em clássicos importantes. O técnico Filipe Luís escalou reservas e titulares para o duelo, alegando desgaste físico da equipe titular e a necessidade de gestão de elenco.
Todo mundo faz isso desde sempre, minha gente. No Brasil, times com elencos grandes frequentemente alteram sua formação para equilibrar competições simultâneas, evitar lesões, e preservar forças para jogos decisivos. Flamengo não foge disso: o time reserva já provou, em momentos recentes, rendimento acima da média. Verdade que o fez, e atingiu resultados pífios também. E mesmo assim, tudo depende da situação. Há casos em que sim, parece soberba. Quer um exemplo? Flamengo x Central Córdoba, este ano, válido pela fase de grupos da Libertadores. Já outros, como o do último final de semana, nada tem a ver com empáfia, ou algo parecido. E não tem como simplesmente colocarmos todos eles numa simples vala comum.
Na coletiva após o clássico, Filipe Luís reconheceu que houve limitação física na equipe mista, mas defendeu que o desempenho foi satisfatório. Ele destacou que a criação ainda assim foi superior ao Vasco em vários momentos, embora o time tenha perdido gás no segundo tempo.
Críticos de outrora poderiam chamar isso de “desprezo ao clássico”, “desdém pela torcida” ou “arrogância”. No entanto, essas críticas não levam em conta que o futebol moderno exige profundidade no elenco, banco qualificado e capacidade de rotação. Times grandes nacionais e internacionais adotam esse tipo de estratégia rotineiramente.

Em 2022, por exemplo, os reservas do Flamengo emplacaram quatro vitórias seguidas em Brasileirão. Jogaram contra adversários difíceis, mostraram estabilidade e competência. Esse desempenho mostra que a aposta não é em improviso, mas em planejamento. Também reforça que há jogadores em cada posição prontos para entrar quando necessários.
Logo, ao menos desta vez, a atitude do Flamengo não é de soberba. Não é de empáfia. É simplesmente normal. É uma gestão de elenco que reflete o que se exige no nosso futebol.
A gente pode até questionar a intensidade de jogo, ritmo, mas dizer que é “falta de vontade” ou “menosprezo” ignora o contexto. O Flamengo lidera a competição e, vale lembrar, ainda é líder.
Se há um alerta, ele é claro: usar elenco misto é normal — mas fazer isso bem demanda planejamento, mentalidade competitiva e jogadores reservando a hora para aparecer quando chamados. Flamengo tem isso. E, no domingo, enfrentar o Vasco com time misto foi parte dessa lógica que, quem entendeu, percebeu não como afronta, mas como estratégia. Se vai dar certo, o tempo irá dizer. E esse tempo é definido: a próxima quinta.




















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