top of page

As expulsões no Flamengo e o tropeço em si mesmo: o inimigo veste vermelho e preto

  • Writer: Igor Schulenburg
    Igor Schulenburg
  • 7 minutes ago
  • 3 min read

O Flamengo 2025 é, talvez, o elenco mais talentoso do país. Mas talento sem disciplina é luxo desperdiçado. A reta final da temporada é o espelho: se não corrigir o próprio comportamento, o Rubro-Negro corre o risco de terminar o ano com a sensação de que perdeu pra si mesmo.
O Flamengo que tropeça no próprio reflexo

Quando deveria estar voando rumo aos títulos, o Flamengo resolveu disputar outra partida — contra si mesmo. Em 2025, o time coleciona nove expulsões, cinco só no último mês, e entra em campo com a cabeça quente e os nervos à flor da pele. É como se o Rubro-Negro tivesse esquecido que futebol se vence com bola, não com bravata.

O torcedor tenta entender: azar, arbitragem, complô, má fase? Nada disso explica tanto quanto um diagnóstico simples — o Flamengo perdeu o controle emocional. E quando o emocional falha, o técnico e o talento viram coadjuvantes.


Expulsões em série: o roteiro do caos

A lista é longa e constrangedora:

  • Bahia 1x0 Flamengo – Danilo expulso com 12 minutos, Wallace Yan no fim. O time, com dois a menos, perdeu a liderança.

  • Racing 0x0 Flamengo (Libertadores) – Gonzalo Plata caiu na provocação, vermelho direto. O Flamengo avançou, mas perdeu o atacante para a final.

  • Flamengo 3x0 Sport – Vitória tranquila, até Everton Araújo ser expulso por uma entrada desnecessária.

  • São Paulo 2x2 Flamengo – Outro vermelho pra Plata. O time vencia, cedeu o empate e desperdiçou pontos vitais.

Em metade dos últimos oito jogos, o Flamengo terminou com um a menos. Ninguém na Série A recebeu tantos cartões vermelhos no período. Um time que joga bonito, mas esquece o básico: manter 11 em campo.


Quando a liderança não segura o rojão

Filipe Luís tenta proteger o grupo. Evita expor, evita apontar. Mas já admitiu: “Nos momentos de mais pressão, a gente comete mais erros.” O presidente Bap fez o mesmo — menos reclamação, mais autocrítica. Até multou jogador, tentando conter o descontrole. Mas há algo que multa nenhuma resolve: falta comando dentro de campo.


Desde que veteranos como Diego Ribas deixaram o vestiário, o Flamengo perdeu aquele líder que segura o braço do companheiro antes da besteira. Arrascaeta, Bruno Henrique... lideram com bola, não com voz. E às vezes, o time precisa de quem lidere o emocional.


ree
O inimigo vem de dentro

A indisciplina é só o sintoma mais visível. Antes disso, vieram decisões questionáveis, reforços que chegaram tarde, eliminações evitáveis. Na Copa do Brasil, a queda pro Atlético-MG já deixava o recado: falta foco. Agora, o mesmo padrão reaparece, só com outro uniforme.

O Flamengo de 2025 joga como quem quer ser campeão, mas pensa como quem já é. E esse é o erro mais caro — achar que talento basta.




Disciplina também é tática

O torcedor cansou de ver o mesmo filme: time melhor, bola no pé, controle do jogo… e uma expulsão muda tudo. Enquanto o Palmeiras coleciona constância, o Flamengo coleciona cartões. E campeonato se ganha com regularidade, não com lampejos.


A verdade é que o Flamengo tem futebol pra conquistar tudo. Mas só vai conseguir se aprender que vontade também se treina, e que cabeça fria é o novo reforço que o clube precisa.


Análise final: o time que precisa se vencer

O Flamengo 2025 é, talvez, o elenco mais talentoso do país. Mas talento sem disciplina é luxo desperdiçado. A reta final da temporada é o espelho: se não corrigir o próprio comportamento, o Rubro-Negro corre o risco de terminar o ano com a sensação de que perdeu pra si mesmo.

Como disse Filipe Luís: “Cada ponto que a gente perde, fica mais longe de conquistar nosso objetivo.” A torcida só espera que o time finalmente entenda — e pare de jogar contra o adversário errado.

Comments


bottom of page