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A Epopeia do Tetra

  • Writer: Igor Schulenburg
    Igor Schulenburg
  • Dec 2
  • 2 min read
A Epopéia do Tetra: Flamengo consagra o título na Flamengo Libertadores 2025
Prólogo — a criança, o gigante e o tempo
Há histórias que começam no apito inicial. Outras começam muito antes. A do tetra começou quando cada um de nós descobriu o Flamengo, ainda criança, com a pureza que só a infância tem. Nasci vendo um Flamengo imenso. O time ganhava tudo, e eu nem sabia direito o que era ganhar — só sabia sentir. Com o tempo, fui crescendo… e o Flamengo, não. Pelo menos, não dentro de campo.

Anos de barro — cicatriz e esperança

A grandeza continuou lá, inalcançável, linda, enorme. Mas a competitividade se perdeu. Vieram as memórias que doem: Santo André, Cabañas, gol de barriga, heróis improváveis, times que pareciam montados com fita crepe e esperança. E ainda assim, havia Petkovic, Adriano, Romário... fagulhas do que nunca morreu. O Flamengo não murchou como clube. Murchou como projeto E nós ficamos no meio: fiéis, feridos, resilientes.


2019 — o despertar

A mudança começou devagar. Saneamento financeiro, escolhas difíceis, reconstrução silenciosa. Demorou. Como tudo que vale a pena. 2019 aconteceu. O gigante acordou. E com fome. O primeiro capítulo da epopeia moderna: redenção. A Nação reconheceu o caminho de volta ao topo.


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A sombra de 2021 — não trauma, mas curva

Montevidéu ficou mal contado. Não virou identidade, mas virou incômodo. Não vingança: justiça emocional. Era preciso deslocar o passado, não apagá-lo.


2022 veio como confirmação Soberania, elenco de aço, time dominante. Mas também um toque de nervosismo — porque quando você se acostuma ao topo, você aprende que lá em cima o ar é fino. Sentir Flamengo virou outra coisa: explosão, intensidade, ansiedade, fé.

2025 — chamado e destino

A semana decisiva chega. O reencontro na final da Flamengo Libertadores 2025 não é revanche; é capítulo. “Qualquer um… menos eles”, pensamos. Não era medo; era memória.


E veio 2025

Quando saiu o adversário, todo rubro-negro sentiu o mesmo: “qualquer um… menos eles.” Não era medo. Era memória. É impossível enfrentar o Palmeiras sem olhar para dentro. Mas desta vez, o olhar encontrou outra coisa: um Flamengo maduro, profundo, determinado, consciente do próprio peso.

A campanha rubro-negra não foi perfeita. Mas foi épica — porque épico não é o que não falha. É o que supera.


E capítulos não se escrevem com medo.

No segundo tempo, o escanteio. A respiração suspensa. O salto de Danilo — firme, decidido, quase teimoso. A bola beijou a rede como quem sela um pacto.

1 a 0. Luz rasgando o céu de Lima. O passado mudando de lugar.


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Tetra — a eternidade assinada

Defendemos com alma até o apito final. Tetracampeão da América. Primeiro brasileiro com quatro taças. O número vira entendimento: reconciliação com o que fomos e podemos ser.


Epílogo — o capítulo que faltava

A criança que viu o gigante, o adulto que viu o caos, o cronista que viu a reconstrução — todos abraçados no mesmo instante.


O Flamengo venceu, sim. Mas não venceu só o Palmeiras. Venceu o vazio. Venceu o que ficou mal resolvido. Venceu a si mesmo.


Foi destino completando sua própria curva. Foi o Flamengo escrevendo, enfim, A EPOPÉIA DO TETRA. Que venha o próximo capítulo, porque a gente já entendeu: quando o Flamengo escreve, ele nunca escreve pouco.


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