Oito gols para entrar na história: Flamengo atropela o Vitória no Maracanã

O Maracanã, ontem, entrou em êxtase. Logo nos primeiros minutos, o Flamengo mostrou que aquele não seria um jogo comum: Samuel Lino, com a frieza de quem já sabe o que representa o manto, abriu o placar. Há segundos, Pedro ampliou. O 2 a 0 chegou aos três minutos, e o coração rubro-negro já começava a bater diferente.

Mas o espetáculo não só perdurou — foi ampliado. Arrascaeta, maestro de um time hiperofensivo, fez o terceiro com a desenvoltura de quem rege uma orquestra de futebol. E quando parecia que a torrente de gols iria parar, o segundo tempo chegou como um novo ato: Pedro anotou mais dois, transformando-se em sinônimo de faro de gol; Lino fez o quinto, Luiz Araújo o sexto com destreza; Pedro igualou o’invenção com um elástico que ecoou nas arquibancadas e, por fim, Bruno Henrique coroou o placar em chute certeiro de pênalti. A tempestade estava completa: 8 a 0, uma das maiores goleadas da história recente do Brasileirão.

Foi mais do que marcar gols em sequência: foi construir um monumento. Posse de bola esmagadora, criação em série, passes instigantes, finalizações trovejantes. E em meio à festa, sobressaiu a presença de nomes que ainda ganham aura: Pedro instalou-se como artilheiro do Maracanã, Arrascaeta conduziu com inteligência e Samuel Lino reinventou-se como sombra temida por qualquer defesa. Apesar do rebaixado adversário, jogar com intensidade e respeito tornou tudo ainda mais grandioso.

Criticar o tamanho da vitória? Jamais. Para o amante rubro-negro, foi mais que um resultado: foi poesia em campo. E ver os 8 a 0 surgir aos poucos, com qualidade, entrega e brilho coletivo, é lembrar que esse Flamengo respira intensidade — e escreve capítulos que ninguém consegue apagar.