O Flamengo venceu seu apagão e a vaidade alheia
- Igor Schulenburg

- Sep 29
- 3 min read

Dizem que o futebol é uma caixinha de surpresas. Ontem, na Neo Química Arena, ele foi um espelho – e o Corinthians não deve ter gostado do que viu. O Flamengo venceu de virada por 2 a 1, e não foi apenas uma vitória tática; foi uma consagração da eficiência e da humildade contra o que só podemos classificar como um monumental excesso de ego.
Se você ligou a TV no primeiro tempo, deve ter se perguntado se o Flamengo líder do Brasileirão havia esquecido a bateria no Ninho do Urubu. O time entrou com um "apagão" criativo, esbanjando desinteresse na posse de bola e permitindo que o Corinthians, impulsionado pela urgência e pela massa, tentasse controlar a partida.
Não sejamos ingênuos. Aquele primeiro tempo tinhZa a cara do cansaço mental e físico de quem vem de uma semana intensa, com jogos decisivos no meio de semana. A tensão de um clássico na casa do rival somada à fadiga resultou em um time travado: erros de passe que não perdoaríamos em um treino se sucediam. Era a nossa liderança em jogo, errando as decisões e insistindo em dar campo para o adversário. O Corinthians aproveitou esse nosso momento de jet lag em campo, mas, felizmente, faltou ao Timão, digamos, a competência final. E então, veio o lance que mudou tudo, não no placar, mas na moral.
Que diabos passou na cabeça do Yuru Alberto?
Aos 11 minutos, pênalti para o Corinthians. A chance perfeita para abrir o placar, acalmar a torcida e dar um soco na mesa. Mas o que Yuri Alberto fez? O atacante, pressionado por um jejum de gols, decidiu que o momento pedia um toque de gênio e escolheu a cavadinha.
Gênio? Mas porque a cavadinha contra o líder do camponato e num goleiro que na mesma semana classifcou o time pegando DOIS pênaltis. Yuri, foi mal aí, mas vai ser burro assim lá na caixa prego, irmão. Quanto ego!

A bola veio, e Rossi, com a tranquilidade de quem assiste a um passarinho aterrissar, defendeu sentado. Sim, SENTADO. Mano, Yuri acabou protagonizando uma das maiores pataquadas que já vi na vida. Foi a ironia máxima do futebol: o goleiro que não escolheu canto, defenseu "agasalhando" a bola, sentado no gramado.
O gol do Corinthians veio logo no retorno do intervalo, na breve e amarga redenção de Yuri Alberto. Mas durou pouco. A chama do desejo corintiano já tinha sido apagada pela defesa sentada de Rossi.
O Flamengo, que havia levado uma bronca na etapa inicial, despertou. E olha, nem preciso de muito. O empate veio na genialidade de Arrascaeta, com uma de suas finalizações típicas. De dentro da área, não tão forte, mas com endereço certo. E o gol da virada? Aos 42 minutos, em uma transição Luiz Araújo, que ontem entrou pela esquerda, cravou o 2 a 1. Foi a execução clínica da nossa superioridade técnica.
Itaquera, a nossa segunda casa? O histórico vira favorável
O placar final não apenas nos isola na liderança do Brasileirão, abrindo quatro pontos de vantagem, como também eterniza a defesa mais sarcástica da história recente. E para adicionar sal na ferida, precisamos falar sobre a Neo Química Arena.
Historicamente, o Corinthians é forte em casa, mas o "Encontro das Nações" tem mudado de cor em Itaquera. Esta vitória de virada não é um ponto isolado; é mais uma demonstração de que o Flamengo se tornou um visitante indigesto neste palco. Desde a inauguração da Arena em 2014, já foram 14 confrontos entre as equipes, e com o triunfo de ontem, o saldo final está em: 6 vitórias do Flamengo, 5 vitórias do Corinthians e apenas 3 empates.
A superioridade é inegável, e basta olhar os resultados mais recentes em São Paulo para provar:
2025 (Brasileirão): Corinthians 1 x 2 Flamengo
2024 (Copa do Brasil): Corinthians 0 x 0 Flamengo
2023 (Brasileirão): Corinthians 1 x 3 Flamengo
2022 (Libertadores): Corinthians 0 x 2 Flamengo
É isso mesmo: o Corinthians não nos vence em Itaquera há três anos (desde 2021). A camisa pesou, e o Flamengo sabe, e gosta, de vencer na casa do rival.






















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