Mais uma crise: Flamengo põe a temporada em risco
- Igor Schulenburg

- Jul 23
- 4 min read

O Flamengo vive mais um momento de turbulência interna que ameaça comprometer a temporada. Desta vez, o epicentro da polêmica está no vazamento de mensagens do médico José Luiz Runco, chefe do departamento médico do clube, que expôs publicamente a situação clínica de Nico De La Cruz em um grupo de WhatsApp. As declarações contundentes do profissional não apenas geraram desconforto no elenco, mas também evidenciaram problemas estruturais que podem colocar em xeque os objetivos da temporada 2025.
A mensagem vazada revelou que Runco classificou a lesão de De La Cruz como "crônica e irreparável", além de criticar duramente a contratação do uruguaio pela gestão anterior. "Jogador comprado pela gestão anterior do Flamengo, sem a menor condição", escreveu o médico no grupo "Flamengo Barra", demonstrando total falta de discrição profissional. O conteúdo da conversa rapidamente se espalhou pelas redes sociais, criando mais uma crise desnecessária em um momento crucial da temporada.
A repercussão imediata foi devastadora. De La Cruz, que já vinha lidando com problemas físicos recorrentes, se sentiu exposto e desvalorizado pela declaração pública de um profissional que deveria zelar por sua privacidade médica. O uruguaio respondeu nas redes sociais com uma mensagem indireta: "Nunca deixes que alguém te diga que não podes fazer algo", demonstrando o impacto psicológico negativo da situação. Seu estafe foi ainda mais direto, classificando a atitude do médico como antiética e anunciando que analisará medidas cabíveis contra o profissional.
O estrago no vestiário e a reação do elenco
O vazamento das mensagens de Runco criou um ambiente tóxico no vestiário do Flamengo, com jogadores questionando a confidencialidade de informações médicas sensíveis. Arrascaeta, companheiro de seleção de De La Cruz, fez questão de demonstrar apoio ao uruguaio através de uma publicação nas redes sociais, postando uma foto ao lado do meia com uma mensagem de solidariedade. O gesto foi interpretado como uma alfinetada direta ao médico e evidenciou a divisão criada no grupo.
A situação se tornou ainda mais delicada quando outros jogadores começaram a questionar internamente se suas informações médicas também poderiam ser expostas publicamente. A confiança no departamento médico, fundamental para o bom funcionamento de qualquer clube profissional, foi severamente abalada. Jogadores que já vinham lidando com problemas físicos passaram a demonstrar receio de compartilhar detalhes sobre suas condições de saúde, temendo exposição similar.
O timing da polêmica não poderia ser pior. Com o Flamengo disputando simultaneamente o Campeonato Brasileiro, Copa Libertadores e Copa do Brasil, a estabilidade emocional do elenco é crucial para o sucesso nas três competições. A crise criada pelo vazamento das mensagens adiciona pressão desnecessária em um momento em que o foco deveria estar exclusivamente no desempenho em campo.
A urgência do posicionamento de Bap
Diante da gravidade da situação, todas as atenções se voltaram para Luiz Eduardo Baptista, o Bap, presidente do Flamengo. Sua resposta à crise seria determinante para definir os rumos da temporada e a credibilidade da gestão. Segundo informações dos bastidores, Bap conversou rapidamente com Runco após o vazamento, buscando entender o contexto das declarações e avaliar as consequências do episódio.
Durante a conversa, o médico teria admitido ter sido "ingênuo" ao fazer as declarações no grupo, alegando que estava respondendo a questionamentos de outro profissional da área médica. No entanto, a justificativa não amenizou a gravidade da situação, especialmente considerando que Runco é um profissional experiente que deveria conhecer os protocolos de confidencialidade médica.
A pressão sobre Bap aumentou quando torcedores e analistas esportivos começaram a questionar publicamente a competência da gestão em lidar com crises internas. Comentários como "Demitir o Runco é a solução. Bap precisa urgentemente se posicionar" se multiplicaram nas redes sociais, evidenciando a expectativa por uma resposta firme do presidente. A demora em tomar uma decisão definitiva foi interpretada por muitos como sinal de fraqueza administrativa.
O caso De La Cruz também reacendeu debates sobre a política de contratações do clube. O uruguaio foi adquirido na gestão anterior por cerca de 18 milhões de dólares, um investimento significativo que agora é questionado publicamente pelo próprio departamento médico. A situação expôs falhas no processo de avaliação médica pré-contratação e levantou dúvidas sobre a due diligence realizada antes da aquisição do jogador.
Além das questões éticas envolvidas, o vazamento das mensagens pode ter consequências jurídicas graves. O estafe de De La Cruz já sinalizou que está analisando medidas legais contra o médico e possivelmente contra o clube. Uma eventual ação judicial poderia resultar em indenizações milionárias e danos irreparáveis à imagem institucional do Flamengo.
A crise também evidenciou problemas estruturais na comunicação interna do clube. O fato de informações sensíveis circularem livremente em grupos de WhatsApp demonstra falta de protocolos adequados para proteção de dados confidenciais. A situação expôs o amadorismo em processos que deveriam ser altamente profissionalizados, especialmente em um clube do porte do Flamengo.
Para agravar ainda mais o cenário, o episódio ocorreu em um momento em que o clube já enfrentava outras turbulências internas, incluindo questões contratuais com jogadores e pressões por resultados nas competições em disputa. A soma de problemas criou um ambiente de instabilidade que pode comprometer s eriosamente o rendimento da equipe nas próximas semanas.
A resolução desta crise exigirá medidas drásticas e imediatas. Bap precisa demonstrar liderança e tomar decisões que restabeleçam a confiança do elenco no departamento médico. Seja através da demissão de Runco, implementação de novos protocolos de confidencialidade ou reestruturação completa do setor médico, a resposta precisa ser proporcional à gravidade da situação. O Flamengo não pode se dar ao luxo de desperdiçar uma temporada promissora por conta de crises administrativas evitáveis.
O episódio serve como um alerta sobre a importância da profissionalização em todos os setores do clube. Em tempos de redes sociais e vazamentos constantes, a discrição e o profissionalismo são mais cruciais do que nunca. O Flamengo precisa aprender, de uma vez por todas, com este erro e implementar mudanças estruturais que impeçam a repetição de situações assim no futuro.
O que você acha da postura do médico Runco? Bap deveria demiti-lo imediatamente ou há espaço para uma segunda chance? Como o clube pode recuperar a confiança do elenco após este episódio? Compartilhe sua opinião.






















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