Além dos pontos, um teste de distância
- Igor Schulenburg

- Jun 19
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Updated: Jun 20
Demorou, mas chegou. Flamengo e Chelsea, dois gigantes de mundos diferentes, vão enfim dividir o mesmo campo em um jogo oficial. Para o torcedor rubro-negro, é mais que uma decisão de grupo no Mundial de Clubes: é um confronto raro, daqueles que o futebol quase nunca proporciona. E, justamente por isso, vale muito mais do que a liderança do Grupo D — vale como régua, como termômetro, como espelho.

Quando a bola rolar no Lincoln Financial Field, o que estará em jogo não é só a classificação antecipada para as oitavas ou o privilégio de fugir de um cruzamento indigesto. O que se mede, de verdade, é a distância entre o Flamengo e o patamar dos grandes europeus. Uma distância que, por vezes, parece intransponível, mas que só pode ser dimensionada quando se encara o desafio de frente.
O futebol sul-americano, e o brasileiro em especial, convive há anos com a dúvida: afinal, quanto falta para encostar nos gigantes do Velho Continente? O jogo desta sexta-feira não trará respostas definitivas, mas será um retrato fiel do momento. Se o Flamengo vencer, não será apenas uma vitória sobre um adversário forte — será um recado de que o abismo pode ser menor do que muitos pensam. Se perder, não será o fim do mundo, mas a confirmação de que ainda há degraus a subir, ajustes a fazer, investimentos a buscar.

O mais importante, porém, é a postura. O Flamengo chega para o duelo embalado, com moral após a boa estreia e com um elenco que aprendeu a se blindar das pressões externas. O Chelsea, por sua vez, também venceu na estreia, mas mostrou que não é inalcançável. O equilíbrio é real, e a expectativa é de um jogo grande, digno de Mundial.
No fim das contas, confrontos assim são preciosos porque nos obrigam a olhar para dentro e para fora ao mesmo tempo. Servem para medir forças, para ajustar sonhos e para alimentar a paixão de quem acredita que o futebol brasileiro ainda pode brigar de igual para igual. Seja qual for o resultado, o que importa é jogar de cabeça erguida, aprender com o desafio e seguir em frente. Porque, no futebol, a distância entre o sonho e a realidade se mede em 90 minutos.






















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