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A novela do Gasômetro

  • Writer: Igor Schulenburg
    Igor Schulenburg
  • Aug 6
  • 2 min read
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A nova gestão do Flamengo, liderada por Luiz Eduardo Baptista (BAP), colocou o imponente projeto do estádio no terreno do Gasômetro sob intenso escrutínio. O terreno foi adquirido por cerca de R$ 138,1 milhões, após um leilão realizado em julho de 2024, com posse transferida em outubro do mesmo ano — porém, um ano depois, o futuro do projeto vive completa incerteza.


Agora, o Flamengo enfrenta uma reavaliação estratégica que prioriza a viabilidade econômica sustentável. À direta desde janeiro, BAP alertou que o clube não contava com estudos financeiros robustos — até então, existiam apenas análises técnicas de arquitetura e engenharia. O clube contratou a FGV Projetos para conduzir um novo estudo de viabilidade econômico‑financeira, sinalizando cautela com gastos e responsabilidade institucional.


A proposta da gestão anterior estimava o custo em R$ 1,9 bilhão, com receita de R$ 1,5 bilhão via naming rights. No entanto, os novos calculam que o orçamento total pode agora ultrapassar R$ 3 bilhões, especialmente diante de entraves técnicos como contaminação do solo e dutos subterrâneos presentes no terreno.


A reunião decisiva do Conselho Deliberativo foi marcada para 11 de agosto, com pauta formal voltada à concessão do Maracanã, mas o tema do Gasômetro deverá ganhar peso extra na própria explanação de BAP, trazendo os dados de custos e riscos que fundamentam o adiamento do solo e dutos subterrâneos presentes no terreno.


O ex-presidente Rodolfo Landim, idealizador da compra e do projeto, já cobrou posicionamento claro da nova gestão. Em entrevista à Rádio Tupi, Landim foi direto: “não é só procrastinação, é matar o projeto”. Ele alertou para o risco real de devolução do terreno à Caixa Econômica Federal, caso o clube não avance — o que seria resultado de um prefeito “cansado” da inércia administrativa.


Além das divergências internas, há um compromisso legal com o cronograma: conforme edital, o projeto final precisa ser apresentado até fevereiro de 2026, ou seja, 18 meses após a assinatura do termo de compra em agosto de 2024. Após isso, o clube teria até 36 meses para concluir a obra. Há rumores de que o Flamengo tentará formalizar um pedido de prorrogação junto à Prefeitura do Rio, para ganhar fôlego.


O dilema central do debate é o equilíbrio entre a ambição da construção de um estádio próprio e a responsabilidade fiscal. Para Luiz Eduardo Baptista, a solução pragmática é consolidar a permanência no Maracanã — já garantida por até 20 anos — e usar esse tempo para fortalecer o caixa do clube e construir o projeto com mais segurança


Essa decisão histórica exigirá reflexão de conselheiros e torcedores: seguir com um sonho ambicioso, porém arriscado, ou priorizar estabilidade e crescimento passo a passo? A reunião será um marco para definir o rumo do Flamengo nos próximos anos.

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