A noite que fui torturado... pelo Flamengo!
- Igor Schulenburg

- Jul 17
- 3 min read

Esse dia chegou. O dia em que assistir ao Flamengo virou uma sessão de tortura psicológica disfarçada de futebol. Quem diria que depois de tanto tempo reclamando da falta de qualidade técnica, estaríamos aqui lamentando algo ainda pior: a completa ausência de vontade de jogar. É como se os jogadores tivessem descoberto que existe vida além das quatro linhas e resolveram fazer uma greve branca coletiva, só que esqueceram de avisar a torcida.
O que presenciamos contra o Santos não foi futebol, foi uma pelada de fim de semana entre os amigos do Arrascaeta contra os amigos do Neymar. Todo mundo muito educado, muito cordial, ninguém querendo machucar ninguém. Uma verdadeira confraternização em campo, onde o único que saiu machucado foi quem estava assistindo. Porque, convenhamos, ver jogador de futebol profissional com medo de chutar a gol é de doer a alma. Arame liso total, como se a bola fosse uma bomba prestes a explodir.
A estratégia do time parecia ter saído de um manual de como não fazer gol: passa, passa, passa, e quando chega na hora de finalizar, todo mundo vira diplomata. Luiz Araújo, que deveria ser a válvula de escape criativa, simplesmente não aceita nada que chegue até ele. É como ter um Ferrari na garagem e usar só para ir à padaria da esquina. O cara tem qualidade técnica de sobra, mas parece que alguém colocou um chip de "modo econômico" nele.
E aí vem Filipe Luís com uma das decisões mais questionáveis da temporada: tira Alan, justamente o melhor jogador em campo, e deixa o meio-campo órfão de criatividade. É como trocar o maestro da orquestra no meio da sinfonia e esperar que a música continue harmoniosa. Alan estava sendo o único a mostrar que ainda lembrava que futebol é um esporte competitivo, não uma aula de educação física.
Mas o que mais irrita é a questão da meritocracia, ou melhor, a completa falta dela. Cebolinha entra em campo depois de performances questionáveis, enquanto Matheus Gonçalves, que vem fazendo dois jogos excelentes no sub-20, fica no banco aquecendo cadeira. É como se o clube tivesse uma política de "quanto pior você joga, mais chances você tem". Onde está a lógica nisso? Onde está o incentivo para os jovens se dedicarem?

Quem deve estar dando risada da situação toda é Pedro. O cara que foi crucificado publicamente por Filipe Luís agora deve estar em casa assistindo ao time render menos que uma bicicleta sem corrente. A ironia é cruel: o jogador que foi acusado de falta de comprometimento está vendo seus substitutos demonstrarem exatamente o mesmo problema. Será que essa queda de rendimento tem alguma relação com toda a crise interna que o clube vem vivendo? Será que os jogadores estão mandando um recado subliminar?
O Brasileirão está aí, competitivo como nunca, e o Flamengo parece ter escolhido o pior momento para entrar em modo sonolento. Outros times estão se reforçando, se organizando, enquanto o rubro-negro parece estar mais preocupado em resolver questões extracampo do que em jogar futebol de verdade. É frustrante ver um elenco com tanto potencial desperdiçando oportunidades por pura falta de atitude.
E agora vem o clássico contra o Fluminense no domingo. Será que vamos ver mais uma apresentação apática? Será que os jogadores vão descobrir que futebol é sobre intensidade, sobre querer ganhar? Ou vamos ter que aturar mais noventa minutos de pelada entre amigos? A torcida merece respostas, merece ver jogadores que honrem a camisa que vestem.
O que você acha dessa falta de vontade do elenco? Será que a crise interna está mesmo afetando o rendimento em campo? E essa questão da meritocracia, como resolver? Domingo tem Fla-Flu, será que vai ser diferente?





















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